Sobre o Triste
O Triste para Sempre é um festival de cinema emergente dedicado à complexidade da tristeza, gerido pela Associação Cultural Triste Para Sempre. O festival foi criado em 2019 por António Simão e Carolina Serranito, amigos que se conheceram em Lisboa através de voluntariado em festivais de cinema. Com o passar do tempo, encontraram esta lacuna temática na programação cultural da cidade e decidiram debruçar-se inteiramente sobre ela. 

Em 2019, com o apoio do Com Calma - Espaço Cultural e do Palácio Baldaya, o festival estreou em Benfica, numa breve edição de dois dias. Desde então, o Triste Para Sempre tem viajado por várias salas de cinema em Lisboa, desde a Fábrica do Braço de Prata, ao Fórum Lisboa e ao Cinema Fernando Lopes, contando, ainda, com mostras pontuais na Casa do Comum. Além da cidade de Lisboa, o festival foi acolhido em Évora e Leiria e pretende expandir ainda mais o seu público, a sua rede de filmes e de parceiros. 

Partindo da necessidade de normalizar os finais menos felizes, o Triste procura produções cinematográficas nacionais e internacionais, independentes e agenciadas, entre escolas de cinema, produtoras, distribuidoras e outros festivais. Com espaço para todos os tipos de género e duração, a integração da tristeza no grande ecrã torna-se um evento coletivo, onde a exploração de emoções primárias e complexas é exacerbada pela possibilidade de partilha das mesmas com um público seguro. O festival aposta num ambiente intimista com sessões curadas por temática, moderadas por membros da equipa e enriquecidas pela presença de realizadores ou produtores.

Através do cinema, tem sido possível atentar a várias nuances de tristeza e melancolia, desde passagens mais obscuras por histórias de abandono, de medo, de exclusão e de isolamento, cuja origem e viagem foi acompanhada pelos realizadores/ produtores e até ativistas especializados nesses assuntos. Mas também numa tristeza mais leve e produtiva como as dores de crescimento, a ansiedade da responsabilidade, o confronto do desconhecido e o reencontro com origens perdidas.

Acreditamos que a tristeza em todas as suas dimensões deve ser um tema cuidado e investigado, tanto enquanto matéria artística e um forte combustível para a produção de filmes, como enquanto matéria social que deve ser integrada na cultura e na educação com dignidade e sem preconceito.
Triste Para Sempre